Comissão Internacional sobre os Efeitos Biológicos dos Campos Eletromagnéticos

 Um grupo de cientistas lançou uma nova comissão relativa à proteção humana das radiações não ionizantes: a «International Commission on the Biological Effects of Electromagnetic Fields» (Comissão Internacional sobre os Efeitos Biológicos dos Campos Eletromagnéticos) (https://icbe-emf.org/activities/ )


O cronista de longa data, Louis Slesin, editor do site de curtas noticias «Microwave News», resume aqui a estória: https://microwavenews.com/news-center/new-challenge-icnirp

Estes cientistas firmaram a sua posição num artigo no jornal Environmental Health: «Evidências científicas invalidam suposições de saúde subjacentes às determinações de limite de exposição da FCC e ICNIRP para radiação de radiofrequência: implicações para 5G» (https://ehjournal.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12940-022-00900-9 ).

Estes cientistas desmistificam os 14 pressupostos que têm sido o pilar da organização internacional ICNIRP, que tem ditado as regras internacionais de proteção a radiação não ionizante. As imagens seguintes ilustram os 14 pressupostos.


Destaco aqui apenas alguns desses 14 (e omito questões demasiado técnicas, difíceis para o publico em geral):

·         Não há efeitos biológicos sem aquecimento

·         Apenas a quantidade de radiação absorvida é que importa, a sua modulação, polarização, frequência ou pulsação não são relevantes.

·         Todos tem a mesma absorção de radiação (sejam bébés ou adultos) ou a mesma sensibilidade a radiação (a electrosensibilidade não podem existir, portanto)

·         Não é preciso evidencias de ausência de risco da 5G: presume-se apenas que há pouca penetração na pele.

·         Ignoram riscos para ambiente ou animais domésticos

As características técnicas (como modulação, polarização, frequência ou pulsação), importantíssimas no funcionamento das múltiplas telecomunicações hoje existentes (sim, não se trata do forno de micro-ondas inventado há muitas décadas!) não são importantes na avaliação do ICNIRP. Relembro sobre a pulsação, muito importante em relação aos efeitos biológicos dos pequenos equipamentos, cuja radiação média é baixa, mas cujos pulsos são fortíssimos. Já recomendei antes, que se tiverem de usar Wifi, apaguem o wifi do router principal, e usem apenas um router secundário em que reduzam o pulso de 10/segundo para o mínimo de 1/segundo; desliguem também o pulso da base dos telefones sem fio DECT (de 100/segundo para 0/segundo = Eco Mode Plus; https://www.gigaset.com/hq_en/cms/information/eco-dect-green-home.html )

A proteção da radiação delineada pelos estudos oficiais é estudada em função de um adulto ‘médio’, e não de bébés ou crianças pequenas. As crianças têm ossos muito menos densos que os adultos, logo a penetração da energia é muito mais profunda, importante para a exposição cerebral e o desenvolvimento futuro de tumores.

Muito importante de aprofundarem ainda neste artigo da Microwave News: porque a ICNIRP tem tido tanto sucesso ao longo das décadas, apesar de terem surgido outros grupos contestatários da sua posição negacionista???

Jim Lin, professor emérito da Universidade de Illinois que foi comissário do ICNIRP por 12 anos (2004-2016), explica por que tem sido tão difícil desafiar os seus limites de exposição. “O ICNIRP beneficiou da sua estreita associação com a OMS por meio do «Projeto EMF»”, disse ele. “A estatura internacional da OMS ajudou o ICNIRP a resistir às pressões externas para mudar.”

Ao relatar a história dos primeiros 25 anos do ICNIRP, Repacholi (o seu fundador e director de longa data) reconheceu o apoio incondicional do governo alemão: “Muito importante para o orçamento da Comissão e a estabilidade operacional de longo prazo foi a concessão de apoio financeiro pelo governo alemão para os custos de funcionamento do Secretariado Científico do ICNIRP, um subsídio para viagens e financiamento para edição e impressão de documentos. A ICNIRP foi constituída como uma sociedade beneficente e sem fins lucrativos na Alemanha em janeiro de 1994.”

Mas o ICNIRP tem sido desmascarado (ler neste blog pagina «Conflitos de interesse»):

Em 2019, o Investigate Europe — uma equipe de repórteres de todo o continente — publicou uma exposição detalhada: How much is safe? (https://www.investigate-europe.eu/en/2019/how-much-is-safe/ ). O seu veredicto foi contundente: o ICNIRP é uma cabala, um “círculo de insiders” muito unido que descarta pesquisas que outros consideram alarmantes.

Em 2022, dois investigadores Noruegueses desmontaram num artigo (Self-referencing authorships behind the ICNIRP 2020 radiation protection guidelines; https://www.degruyter.com/document/doi/10.1515/reveh-2022-0037/html ), em como os membros do ICNIRP se citam apenas uns aos outros, e que esta autorreferência está por trás das diretrizes de proteção contra radiação revistas em 2020, e feitas explicitamente para acomodar a entrada da 5G em palco (https://www.icnirp.org/en/publications/article/rf-guidelines-2020.html ).

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