TESTEMUNHOS
Lancei o blog em 2010, faz sete anos. Antes de
mais, obrigado pelos agradecimentos que tenho recebido pela iniciativa desta
divulgação pioneira que comecei em 2010.
O seu objectivo era explicar o que é o
electrosmog.
Algumas pessoas têm-me escrito a pedir mais
ajuda, explicações e dicas para melhorarem dos problemas que o electrosmog lhes
causa.
Alguns destes textos dão testemunho de casos
reais da electrosensibilidade e sofrimento das pessoas, e contêm explicações
claras e detalhas que podem ajudar outras pessoas a compreenderem melhor como
se manifesta esta síndroma.
Com os anos, a frequência de pessoas que me
escrevem tem aumentado, deixo aqui alguns exemplos.
Se estas pessoas não tivessem associado o seu
problema com a exposição a radiação de microondas das telecomunicações,
continuariam fortemente medicadas (anti-histaminicos, ansioliticos, etc) para
manterem a sua saúde e especialmente o sono.
Sr. T.
O meu nome é T. e
tenho nn anos. Só hoje vi pela primeira vez o seu Blog o que me permite tirar
a conclusão que sou electrosensível.
Até ver o seu blog
pensei que era alergia. Desde 2008 que tenho ido ao otorrino, ao alergologista.
O que se passa é que quando entro em casa na sala começo com o ouvido esquerdo entupido, dor de garganta do lado esquerdo e gânglio também do lado esquerdo. Quando estou no trabalho não sinto nada. Claro que tenho uma antena apontada para o meu apartamento.
O que se passa é que quando entro em casa na sala começo com o ouvido esquerdo entupido, dor de garganta do lado esquerdo e gânglio também do lado esquerdo. Quando estou no trabalho não sinto nada. Claro que tenho uma antena apontada para o meu apartamento.
(Nota:
o Sr. T. depois pagou pela blindagem das paredes e janelas voltadas para a
antena, e os sintomas diminuíram)
Sra. A.
Chamo-me A. e sou uma
estrangeira a viver há 14 anos em Portugal. Li com grande interesse o
seu blog, dado que sofro do mesmo problema que o Paulo. Descobri há 3 anos que
os meus sintomas muito graves eram relacionados com a hipersensibilidade a
campos electromagnéticos. Fiz muitas mudanças na minha vida, as maiores foi
deixar a faculdade (estava a trabalhar como investigadora na área de Y Y),
tirar 6 amalgamas e mudar de ZZ para a XX, para diminuir os sintomas. Até hoje
conheci apenas uma pessoa com o mesmo problema que tão pouca gente entende...
Sr. M.
Eu sofro de insónias
há cerca de 15 anos. Antigamente dormia que nem um bebé. A partir do ano 2000,
mais ou menos, tenho vindo a dormir cada vez menos. Para dormir uma noite
descansada tenho que recorrer a medicamentos. Se não tomar nada, durmo entre 4
a 5 horas e acordo cansado e com sono.
Uma amiga minha é
homeopata e falou-me de si. Li o seu blog e fiquei super curioso. Sabe o que
aconteceu em 2000 em Portugal? Começaram as redes telemóvel…
Acha que as minhas
insónias podem ser causadas pelo electrosmog? Sabe de algo que posso fazer para
melhorar isto?
(Nota:
o Sr. M. tinha efectivamente antenas a umas dezenas de metros do seu quarto, e
tinha o router de WiFi colocado dentro do quarto)
Sr. R.
O meu nome é R.
... Escrevo porque cheguei ao seu blog através de uma amiga francesa
electrohipersensível.
Sucintamente, mudei
para X. no início de mês porque ... vamos ser pais ... Precisávamos de
uma casa maior e surgiu a oportunidade de alugarmos um T2 em X.
O problema é que este
é virado a Norte e a 250 metros, à altura de todas as janelas, que são grandes
(a da sala tem 2 metros de comprimento), existe uma antena de telemóvel. Não a
vimos quando alugámos a casa.
Dentro de casa não me
sentia a 100%, mas atribuí ao stress das mudanças. Dia x de mês, estava
de folga, fui para casa, mas não consegui trabalhar. Aí apercebi-me que
possivelmente haveria algo de errado. Depois começaram os sintomas. Insónias
graves (acordar às 3h, sem conseguir descansar mais e o coração a bater a um
ritmo rápido), cansaço, alteração de humor, sentimentos de depressão.
Eu já tinha tido este quadro de sintomas há 5
anos e mais, quando vivia na minha casa de solteiro (tinha antenas a 120 e 350
metros). Quando mudei para a casa da minha namorada e agora esposa, melhorei.
Mudámos a semana
passada outra vez para a casa vazia e dormi melhor, embora não pacificamente.
As flutuações de humor continuaram. Entretanto fiz pesquisas numa série de
páginas sobre a problemática e estou com dúvidas.
... Sei é que hoje
voltámos à casa em X e as insónias voltaram, sem razão aparente. Como a casa é
alugada, podemos mudar, mas gostaria de perceber a problemática, porque na
cidade ZZ é muito difícil estar livre de radiações.
Não sei se serei
sensível ou hipersensível às radiações, mas estou preocupado com o meu estado
mental e também com o meu bebe que se está a desenvolver.
Sra. D.
Escutei em 2012 uma
conferência sua sobre electrosensibilidade em Lisboa, no Congresso de Medicinas
não Convencionais. ...
Entretanto, emigrei,
faz agora 2 meses e estou sem conseguir dormir bem (e também o meu
companheiro) na grande maioria das noites.
Associei que pudesse
ser de antenas que há aqui perto, que foi o que sucedeu com o meu amigo em Portugal.
Tentei procurar informação na internet para percebermos se seria isso, mas sem
grandes resultados.
...será que seria
possível dar uma opinião através de fotos? Pois sei que a interferência varia
com o ângulo, distância, etc.. e tenho esperança que possa ser evidente a quem
perceba do assunto um "sim" ou um "não".
... Aqui onde estamos é um bairro localizado
numa colina e de casinhas ... Acho que as antenas estarão a uns 400/500m de
distância em linha recta. Uma das torres está completamente cheia de antenas
tipo "parabólicas" e há outra torre que tem uma antena que roda sobre
o seu eixo.
(Nota 1: este é daqueles
montes em que há de tudo, desde múltiplas companhias de telemóvel, a
comunicações de bombeiros/policia/militares/televisão; e a radiação
extremamente forte para um EHS mesmo na base do monte).
Sr. V.
«Chamo-me V. e
conhecemo-nos no IV Simpósio de Terapias Holísticas Integradas realizado
a 5 Outubro em Leiria. Tenho actualmente 48 anos.
Quando tinha 25
anos trabalhei durante 2 anos á frente de monitores CRT de 19” como desenhador
de moldes na ...
No final do dia tinha
constantes dores de cabeça que me impossibilitavam de fazer seja lá o que
fosse. Os meus colegas de trabalho não se queixavam de tal sintoma, não lhes
fazia diferença. Optei por mudar de profissão mas continuei no mesmo ramo.
Era o começo de um
afastamento de tudo aquilo que emitia fortes campos electromagnéticos, como era
o caso dos monitores CRT daquela altura. A indústria chegou a comercializar
filtros CRT para minimizar esse efeito.
Apesar dos monitores
hoje em dia serem melhores, só consigo estar algum tempo frente ao PC com um
filtro CRT.
Sei hoje que a minha
electrosensiblidade agravou-se muito ultimamente devido a vários factores. Um
foi por ter mudado de pacote de telecomunicações, antes tinha cobre e agora
trocaram pela fibra óptica (Nota: os primeiros routers não traziam WiFi e
operadoras não ofereciam telefones DECT) . O peso na cabeça como se algo
estivesse a bloquear o raciocínio e a memoria. Uma sensação de mau estar e de
esforço mental continuo. Durante a noite apenas dormia a primeira hora, depois
era uma noite em claro.
Tive que devolver a
box e ficar com o serviço mínimo. Arrancar toda a instalação de cabos RJ45 e
substituir por blindados. Utilizo o serviço apenas quando realmente preciso, a
maior parte do tempo está desligado.
Também tinha
instalado no telhado um painel fotovoltaico de 250 W com injecção na rede.
Sei agora que o inversor que converte a energia continua do painel fotovoltaico
em alterna provoca electricidade suja e alta frequência. Agora está desligado,
estou a tentar vende-lo ... mas está difícil.
E por último a
instalação de antenas WiFi retransmissoras na empresa aonde trabalho: tenho uma
por cima do meu posto de trabalho, deram inicio a um conjunto de sintomas
debilitantes. A exposição continua a estes equipamentos provocaram-me insónia,
fadiga crónica, dores de cabeça. Um mau estar na proximidade de quadros
eléctricos, edifícios tipo centros comerciais, zonas muito urbanas, zonas
industriais. Para não falar que sofro de zumbidos bilaterais que aumentam com o
stress, ruído e falta de descanso.
Descobri através da
internet e alguma literatura, que a causa dos meus sintomas era a SENSIBILIDADE
á radiação electromagnética.
Ultimamente a minha
esposa tem sido uma grande ajuda porque é ela que tem pesquisado sobre este
assunto. ...
Infelizmente quem
é electrosensivel também tem sensibilidade química. E eu não fujo à
regra (detergentes, perfumes, fumo, gases auto, petróleo, diluente, etc.), é um
sufoco desesperado por respirar ar puro.
Embora sofra destes sintomas mais moderados há vários
anos, a partir dos 40 anos a minha saúde teve um declínio.
O aparecimento de
manchas na pele (eritrema e eczema) o agravamento de zumbidos, alergias,
dificuldade digestivas, inflamações crónicas no aparelho digestivo (bulbite),
declínio cognitivo, fizeram com que buscasse conhecimento e alterasse hábitos e
comportamentos na esperança de recuperar a saúde. (...)
Na minha pesquisa
sobre o assunto, verifico que electrosensiveis tem um passado ou presente em
contacto com metais pesados ou neurotoxinas. No meu caso durante a adolescência
a restauração de 9 amalgamas de mercúrio…compostas por 50% de mercúrio. Somando
algum tipo de deficiência hépatica (no meu caso síndrome de Gilberg), fez com
que houvesse uma dificuldade de excreção dos metais e uma acumulação no
organismo. Sendo mais problemático na gordura do cérebro aonde é mais difícil
de “quelar” (termo utilizado na toxicologia).»
(Nota 1:
diversos dos EHS que conheço em Portugal e, que estão agora na faixa dos
40s-50s, tiveram exposição prolongada a monitores de raios catódicos de grande
dimensão logo quando jovens adultos (antes de aparecerem os ‘low radiation’),
em profissões ligadas a design computacional.
Nota 2: a partir dos 40s a
produção de melatonina, com importante função anti-oxidante, diminui
fortemente, em oposto a incidência de cancro aumenta fortemente. A maioria dos
EHS em diversos estudos cientificos têm idades superiores aos 40s-50s.)
Sra. B.
«Encontrei o seu blog
na Internet e queria ter umas dicas para poder encontrar um lugar aonde ficar
em Lisboa ou em torno.
Faço … Por isso, vou
passar um tempo aí (em Portugal), … e estou a reunir informações pois eu sou
bem sensível as ondas.
Eu sou francesa, falo
português e não tenho celular. Durmo em "gaiola de Faraday" - mas na
cidade - consigo andar nas ruas, não faço parte das pessoas que ficam em zonas
brancas e não aguentam nem relógios.
Quero ir adiante e
sempre vou na direcção de encontrar soluções praticas - apesar das obvias
dificuldades criadas por essa alergia que conhece.
Qual é o site que permite
de ver aonde ficam as antenas?
Eu acho que a partir
do momento no qual encontro um lugar que não seja muito poluído (tipo rez do chão)
eu consiga funcionar.
Não uso transporte
publico, não uso nada sem fio. Preciso para poder me organizar de um acesso a
Internet.
Vocês tem contadores
"inteligentes/conectados" em Portugal ?
Espero que não…»
Nota 1:
em Portugal não está disponível o mapeamento das antenas solicitado pela
leitora.
Nota 2:
os electrosensíveis não são contra as tecnologias, apenas dispensam aquelas sem
fio que lhes causam forte perturbação da saúde. E querem ter acesso às mesas
coisas da sociedade que as outras pessoas, infelizmente para alguns já não é
possível suportar o ambiente das cidades.
Sra F.
Sou uma pessoa que li
algumas coisas sobre eletrosensibilidade, e infelizmente acho que já estou a
sofrer todos os dias e identifico me com alguns sintomas, se me pudesse dar
mais informações. Obrigado.
(O que lhe provoca os
sintomas?) … Nem é necessário ser eu a
estar com o telemóvel, basta eu estar perto de alguém que esteja a usar eu já
me sinto mal. Tenho sensibilidade nos braços, mãos, estalidos nos ouvidos e
cabeça em geral, ritmo cardíaco e circulação. As mãos ficam vermelhas e
inchadas. Não sei se existe alguma coisa que possa usar ou algum exame a fazer
para fazer um diagnóstico correcto. Eu trabalho com produtos químicos e não sei
se potência estes sintomas? Sou cabeleireira à 37 anos. Obrigada pela atenção.
(Nota: a exposição a
químicos potencia a 'sensibilidade química múltipla' ou SQM. Quem tem SQM, em
90% dos casos também tem EHS. Neste caso, além dos ‘químicos’, as tintas de
cabelos contem também metais, como chumbo. A IARC (International Agency for
Research on Cancer) afirma que alguns produtos comerciais utilizados para este
fim possuem em sua formulação corantes mutagênicos e carcinogênicos.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422014000600019
)
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